quarta-feira, 20 de março de 2013
Para João e Maria.
É perdendo que também ganhamos. Ganhamos lucidez e coragem, perdemos cabelos. Se vai é porque nunca foi nosso e se nunca foi nosso, no fundo não queríamos de verdade ou até queríamos por fantasia, as de carnaval. Porque o que é de verdade não se perde, fica. Os mais românticos diriam que não era pra ser. Eu diria já vai tarde.
Na cena da perda, deve ter uisque ou vodka. Bebidas fortes fazem parte do cenário e se puder tenha um canário, que foi deixado na divisão, como naquele velho samba canção. Lágrimas a postos e uma agenda de telefone capacitada para te dar bons conselhos. Sem dúvida a maior dor é perder quem se ama, seja tio-avô, avó, irmão ou prima, mãe é outra coisa. Se for um par dói também, mas esse tipo pode ser facilmente comparado a perder um bicho de estimação que depois de um tempo você terá outro. E assim segue a vida.
A perda é ampla, vai do que se vê ao que se sente. Não perca dignidade, a não ser, claro, que você nunca tenha tido. Se o seu amor próprio fraquejar, olhe no espelho e passe batom. No mais aceite as idas e celebre as vindas. Aquelas de sempre, aquelas de nunca e principalmente aquelas que virão.
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