terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Para um amor, Recife.

É um bem, um bem coletivo, mas seu, meu. Você divide com milhões de desconhecidos o bem, uns amam mais, outros menos, outras nada.É um bem que se pode pisar. Não dói, pisar nela é prova de amor. Estar nela custa felicidade pra mim. Ela é feminino porque é cidade, se usasse seu nome próprio seria um rapaz, então prefiro a delicadeza das moças. Recife é uma jovem senhora que envelhece criativa, ativa, altiva. É uma casa que se entra, onde alguém já foi feliz um dia, onde quem sabe, um dia eu também. É cor. Rói a vida pelos becos, roda a vida pelos barcos e gira meu coração. Vira o desejo, viva a simplicidade de corações curtidos queimados de sol e sal, nos sinais, nos canaviais. Na zona tem mata, mas que mata a fome de cablocos de lá. Outros cablocos de cá. Outros acolá, somos milhões de caboclos, a diferença é saber ficar. Nunca soube, nem saberei, minha febre precisa de frio, mas não anula a alegria e o afeto de pisar lá. Que foi o meu primeiro e mais terno olhar.

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