quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ArTeModaPoP: Ao telefone.

ArTeModaPoP: Ao telefone.: Toca, atende, espera e respira. Entre o atender e o respirar você já nadou toda a Bahia de Guanabara, mas quem disse que ia ser fácil querid...

Ao telefone.

Toca, atende, espera e respira. Entre o atender e o respirar você já nadou toda a Bahia de Guanabara, mas quem disse que ia ser fácil querida?! Um alô seco de um lado e um estranho do outro. Tanta coisa pra dizer, mas coada fica pouca. Tanta coisa pra sentir, mas com tanta pressa, só dormência e uma certa dose de demência. Ficamos assim, impávidos diante de uma paixão des"norte"ada, leste, sul, o"este" ensaio para o amor, pois sinta bem, paixão é arrepio, amor ecoa. Nada existe ali, a não ser um agudo e um grave desconforto, a voz rala denuncia e nada sacia. Sinceramente eu queria ter ido além, correr pelas calçadas e mascar chicletes com açúcar, em dueto. Ordinariamente moça, eu só quero parar na primeira vaga disponível, entenda, não quero a melhor, só a mais fácil. Era isso, agora sim eu entendi. Construo o que sobrou dos cacos, do passado, do caso e dolorosamente concluo, ao telefone, agora unilateral, que não sei desse temporal, mas sei que ainda resta um cômodo, ainda sim, sobra um sobrado em mim. Vazio.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Em três tempos.

É uma dor calada, uma dor não anunciada, uma dor que não se vê, nem se toca, mais que tem um tom de voz alta e grita. Passamos pela vida, passeando pelas ruas, enfeitando o passado e colorindo o presente, futuro é felicidade desejada, sempre, nele não há dor, nem odor. Rumamos esperançosos, o que a meu ver faz todo o sentido, afinal o que adianta a tristeza de agora, se amanhã eu não posso querer uma mudança, sempre gostei de antíteses temporais. É uma felicidade exibida, escancarada, essa que todos querem, mas poucos genuinamente conseguem. Para ser sincera eu não sei se conseguiria viver sem meus vícios de medo, sem meu choro, e o mais importante: como seria ficar sem me ver no espelho sem minhas lágrimas constantes, minhas sombras transparentes que brotam dos olhos. Pois bem, nesse tempo, é terno... o certo seria me acostumar com essa descarga de leveza, mas sinceramente não sei se devo, não por ser esnobe ou por comodidade, mas por precaução, veja, quando a tristeza bater, e sim, uma dia ela vem, quero ser educada e singela, pois a conheço bem e pra ela um dia, já dei o meu melhor.