quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Ao telefone.
Toca, atende, espera e respira. Entre o atender e o respirar você já nadou toda a Bahia de Guanabara, mas quem disse que ia ser fácil querida?!
Um alô seco de um lado e um estranho do outro. Tanta coisa pra dizer, mas coada fica pouca. Tanta coisa pra sentir, mas com tanta pressa, só dormência e uma certa dose de demência.
Ficamos assim, impávidos diante de uma paixão des"norte"ada, leste, sul, o"este" ensaio para o amor, pois sinta bem, paixão é arrepio, amor ecoa.
Nada existe ali, a não ser um agudo e um grave desconforto, a voz rala denuncia e nada sacia.
Sinceramente eu queria ter ido além, correr pelas calçadas e mascar chicletes com açúcar, em dueto. Ordinariamente moça, eu só quero parar na primeira vaga disponível, entenda, não quero a melhor, só a mais fácil. Era isso, agora sim eu entendi. Construo o que sobrou dos cacos, do passado, do caso e dolorosamente concluo, ao telefone, agora unilateral, que não sei desse temporal, mas sei que ainda resta um cômodo, ainda sim, sobra um sobrado em mim. Vazio.
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