quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Por pouco.

O amor, pequeno, não é para poucos. Me refiro ao amor que vemos, que tocamos, que achamos em qualquer boteco vagabundo, tomando skol e fumando free. Que fala meia dúzias de bobagens pueris e que aos seus ouvidos, minha cara, parece poema da Clarice. Que diz que faz e faz, meia boca, mas faz, e você entupida de paixão, fácil. Entenda, o desejo é renovável e pode inclusive está andando de bicicleta despretensiosamente numa terça nublada, quando você só quer amarrar o seu cabelo. Negro. Segundo passo, nesse momento, o ser máximo da sua observação e encantamento, se aproxima, sim no mínimo ele terá um sorriso bonito, é o que as moças costumam dizer quando nada mais é plasticamente belo, quem sabe, ele pode usar uma camisa da sua banda preferida. Mesmo assim, e a essa altura o que te resta de dignidade e pudor já está completamente misturado com o que sai da sua calcinha, reflete. Sim, natural, nunca ouviu falar que mulheres ficam de pau duro na alma?. Terceiro passo, as palavras ficam escassas, já baterão a cota do dia, mas em compensação, os dedos se multiplicam, o pulso saliva, e os indivíduos partem para a grande etapa...decisiva, para um, talvez... me dá seu telefone. Piscinas de ansiedade te esperam. É singelo, mas vezes o amor é uma gripe, que vira pneumonia e que o tempo transforma em alergia, que assola a pele nas noites de baixas temperaturas e aí ...você tem duas opções: amigas, bebidas e Alcione ( Pois não existe nada mais libertador do que tomar um porre ouvindo a marrom)a outra opção é mais insossa, eu acho, se resume a um bom edredom... porque querida, colo também se comprar, esse deve sair por uns 200 reais e aí vai levar? Quarta e última etapa. Paladar de cinzeiro, moral de cafetão e uma certa alegria juvenil, você ainda não sabe, mais provavelmente o tempo do seu amor ainda deve durar umas quatro trepadas, umas 9 cervejas e se você tiver sorte umas garrafas de vinho, tinto, servido em copo americano. Ontem conversando com uma amiga ela me disse: a porra toda é que eu idealizo e não pode ser assim. Mas eu acho que deve ser assim, passar o tempo desacreditando em dueto é perda, conhecer alguém ainda é mágico, ainda é válido, ainda é necessário. E ainda queremos. Sempre de onde menos espero, mais transborda. Um bolo de chocolate, um pequeno pedaço com cobertura, um mínimo pedaço com cobertura. Uma mão que corta e uma voz que diz, toma é seu, pode ficar. Simples. A propósito, o amor, pequena, é para poucos.

4 comentários:

  1. mas que lindeza! nunca mais apareci, estou em falta. mas adorei o texto.

    tá mais do que certa. eu mesmo deixei de lado minha fase de querer ser durão. isso mesmo, acreditem o anonimo está deixando-se apaixonar outra vez, e outra, e outra, e mais outra...
    é maravilhoso idealizar, é algo que te faz sentir vivo...
    e realmente é bem pra poucos... só é pra quem tá disposto a sentir!

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    1. Exatamente meu caro, como poucos você entendeu e o mais dadivoso ainda é que como eu você sente. Sensibilidade não se vende em potes de margarina. Brota da alma.Como as nossas.Com amor.

      Alana.

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  2. Sem palavras...
    Tua ressaca tá muito inspirada hein minha amiga!!!
    Realmente, o amor é para poucos. E vamos idealizar SIM!!!

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    1. Lindezaaa master da minha vida!Tá vendo, são outros tipos de porre!Ah, o amor, tanto se fala e tão se sente né?!E viva nós, os sonhadores.

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