Assim como quem anda na rua e procura um olhar conhecido, não por necessidade mas por conforto, conforto de um sorriso amigo de tempos...um tempo que podia ser 3 anos, 7 meses, 4 dias, 1 hora... assim seguia pelas ruas, seus contornos, suas cores, tinha um predominância cinza no que via entre concreto e anúncios, tinha rosa na sua língua, era um chiclete que já tinha perdido o seu doce há duas horas, se demorasse mais 5 minutos ia feder.
Mas ela não se intimidou e seguiu assim nua, pela cidade repleta, não, ela usava roupa, me refiro a sua alma, nua.
Ela, além de procurar uma face, procurava cigarros, procurava um abrigo, pois também chovia e ela , claro, esqueceu, esqueceu do que mesmo? Ah do guarda-chuva, do guarda-sonhos, pois a sua nudez implicava também a falta de sonhos, e assim ela ia, e finalmente encontrou o que procurava, mas aí ela já queria outra coisa. Aquilo que sempre queremos... e assim desistindo quase que por impulso ela pergunta ao primeiro rapaz barbudo e calvo que encontra , oi, vamos tomar um café? E o rapaz impávido diz apenas : Sim, Alice.
Sinto nascendo aí, uma nova poética,uma escrita que rompe barreiras de um corriqueiro, repleto de novas imagens, novos pensamentos e sentimentos. Adorei!
ResponderExcluirPois é, busco isso, de alguma forma uma poesia mas real, menos cores e mais acidez, menos eu te amo e mais preciso de você...fico feliz pq. também adoro o que vc escreve!
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